Um rosto uniforme, simétrico e livre de manchas costuma ser o desejo de homens e mulheres. Afinal, uma pele em equilíbrio, destacando apenas os traços que mais nos favorecem, só pode nos fazer feliz, certo? Mas infelizmente, nem sempre é assim. Entre as queixas mais frequentes sobre sinais e manchas na face, temos o melasma como um dos principais “vilões”. Seus efeitos são mais comuns em mulheres e podem aparecer em diferentes idades e por diversos motivos, sem ter cura. Portanto, pensando na qualidade de vida dos pacientes, pesquisas foram realizadas para identificar como o melasma afeta a autoestima das mulheres e como essas manchas indesejadas podem ser minimizadas.
O melasma e o impacto na autoestima
De acordo com um estudo recente, publicado no International Journal of Women’s Dermatology, o melasma tem um grande impacto na autoestima de uma mulher. Nessa linha de análise sobre o tema, o Departamento de Dermatologia da Universidade do Texas realizou uma pesquisa entrevistando mulheres com melasma, dos tipos moderado a intenso. Para entender como a condição impactou na saúde mental, os pesquisadores fizeram às mulheres as seguintes perguntas:
- “Como você acha que o seu melasma é notado para os outros?”
- “O seu melasma tem um impacto no seu senso de autoestima?”
- “Sua autoestima melhorou depois de ser tratada pelo seu melasma?”
Entre as respostas, as pacientes indicaram que o melasma teve repercussão significativa no dia a dia, por exemplo. “Eu olho para o meu melasma no espelho todas as manhãs e todas as noites. Quase todos os dias, por anos a fio, eu reclamava do melasma”, disse uma das pacientes. Outra explicou a vergonha que ela carregava por causa da condição. “Se alguém batesse na minha porta, eu imediatamente olharia para baixo, desviaria o olhar ou não faria contato visual”.
Melasma no Brasil
No Brasil, um estudo de base populacional realizado em 2010 entrevistou 1.500 adultos nos diferentes estados do País, onde os distúrbios da pigmentação foram relatados como a principal causa da busca por dermatologistas, sendo 23,6% dos homens e 29,9% das mulheres.
Em 2006, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizou um levantamento de diagnóstico de 57.343 consultas dermatológicas no País, no qual as melanodermias, como o melasma, representaram o 3º maior grupo de doenças em consultórios dermatológicos. Ainda na busca por dados da doença, 300 pacientes responderam o questionário MelasQol, em diferentes regiões do Brasil. Desta forma, 65% das respostas referiam-se ao incômodo com as manchas, 55% das pessoas sentiam-se frustradas com as manchas escuras e 57% sentiam constrangimento.
De maneira geral, tais resultados apontam em como o melasma pode afetar a qualidade de vida e a autoestima das pacientes. No Brasil, estima-se que 15 a 35% das mulheres adultas possuam as manchas escuras na face e sofrem com as alterações de pigmentação na pele.
Condições que favorecem o surgimento do melasma
Embora não tenha uma causa específica para o surgimento do melasma, tendências familiares, trabalho sob exposição ao sol, anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal podem desencadear o aparecimento das manchas escuras, que são mais propensas a se desenvolverem em mulheres.
O melasma tem cura?
Existe muitas medicações que podem ser indicadas para atenuar as manchas escuras no rosto, porém cada caso tem sua particularidade e os tratamentos devem ser individualizados, conforme o tipo e a alteração na pigmentação da pele. Há casos em que no mesmo paciente o tratamento pode variar, pois são tratamentos longos, mas que no geral apresentam boa melhora e possibilitam o controle em dois meses. Contudo, a doença não tem cura.
Qual tratamento é indicado para minimizar as manchas escuras?
Ultimamente, e paralelo ao uso de cremes despigmentantes, há a indicação de tratamentos a laser ou com luz pulsada. As tecnologias podem apresentar resultados superiores na diminuição das manchas escuras, já que atingem e destroem apenas os pigmentos de melanina. Com isso, é importante que o paciente busque um dermatologista de confiança para realizar uma avalição e a indicação mais adequada de tratamento.